E aí Butequistas, beleza?
LeoCristian por aqui mais uma
vez e hoje vamo falar da saga que prometeu tudo e entregou... um trabalho bem
xoxo. Afinal, nem só de boas histórias e grandes eventos é feito um Papo de Buteco.
Então prepara um drink, sente-se confortavelmente no banquinho, põe um Sorriso Maroto para tocar e vamos falar de Capitão América – Guerra Fria!
Uma guerra fria dentro do meu peito, não encontro jeito, pra gente viver em paz ♫ |
Tá, vamo lá. Primeiramente,
eu acho que é necessária uma contextualização do que tá acontecendo no Universo
Marvel porque nem todo mundo é o doidão dos quadrinhos igual eu.
Atualmente, o posto de
Capitão América é dividido entre duas pessoas, Steve Rogers, o capitão
original, e Sam Wilson, o antigo falcão, também conhecido como Falcap aqui entre nós do Buteco. Apesar
de terem tido suas divergências no passado, os dois personagens se reconciliaram e
Steve pediu que Sam voltasse a ser o Capitão, lá em Capitão América #0, de
2022.
A partir dessa edição, a
Marvel lançou dois títulos, Capitão América: Sentinela da Liberdade,
protagonizada pelo Steve, e Capitão América: Símbolo da Verdade, com Sam como
personagem principal. As revistas seguiram caminhos distintos,
com Steve lidando com uma “conspiração mundial” e Sam lidando com questões
políticas, especialmente sobre imigração e etnias.
Durante as histórias dessas revistas, tiveram três acontecimentos que serão relevantes para a saga Guerra Fria:
- O retorno de Ian Rogers, filho do Steve que estava supostamente morto. Ele estava agindo como parceiro do Sam depois que o Falcão (Joaquín Torres) foi gravemente ferido.
- Bucky Barnes, o antigo Soldado Invernal, se tornou um dos membros do “Círculo Externo”. Esses caras basicamente dominam o mundo, acima de governos, empresas e países. Para chegar nesse posto ele teve que trair Steve Rogers.
- Depois de uma treta com Wakanda, Sam Wilson está enfrentando o Lobo Branco (Hunter), irmão adotivo do Pantera Negra (T’Challa). Pra evitar falar tudo que eu penso do Hunter e não encher o post de palavras feias, eu vou dizer que esse cara é um grande traquinas e já fez um monte de presepada na HQ do Falcap.
Então, agora que vocês já
têm uma base boa do que tá rolando, bora falar do evento:
Momento Bromance |
Capitão América – Guerra Fria é uma saga lançada
em 2023, que promete um crossover entre os dois capitães, com direito à
porradaria desenfreada e discussão de pontos de vista diferentes, tendo como eixos os personagens Sam e
Steve. O que poderia dar errado não é mesmo?
Tudo. Literalmente tudo.
A saga teve seis edições, o que eu considero
pouco para o que ela se propôs. Os dois capitães, apesar de serem brothers, possuem perspectivas muito diferentes sobre o mundo e não seria difícil colocar eles em
lados opostos de um conflito. Talvez essa até fosse a intenção original, mas a
execução foi extremamente rushada e, considerando as ótimas histórias que as
revistas individuais tiveram até guerra fria, eu culpo a falta de tempo.
Logo no início da saga, Ian é sequestrado e Steve
ignora tudo, incluindo a segurança dos seus companheiros (Sam, Misty Knight e
Sharon Carter) para ir correndo em direção ao “chefão final” e salvar seu filho.
Essa é uma das coisas mais não-capitão-américa que alguém poderia fazer. E isso
é meio que a tônica da saga, há uma sensação de que todos os
personagens estão sendo pouco aproveitados e que os autores estão perdendo um potencial gigante para
trabalhá-los. Só para vocês terem uma ideia do que eu tô falando, dá uma
olhada nos nomes que estão envolvidos na guerra.
Esquerda: Sam Wilson, Steve Rogers, Sharon Carter e Misty Knight Direita: Hunter, Bucky Barnes, Peggy Carter e Natasha Romanoff |
Ian Rogers (que nem está nessa imagem) teve uma atuação à margem,
sendo relevante no final apenas e as duas companheiras dos Caps servem para
pouquíssima coisa. Além disso, todas as questões apresentadas na saga parecem
ter sido propositalmente feitas para trazer uma mudança no status do Ian e
muita coisa foi jogada para debaixo do tapete, como o plot da Peggy Carter.
Bucky novamente se redime, só que dessa vez ele não fez absolutamente nada pra isso além de falar um “vocês fizeram exatamente o que eu planejei 😎
O confronto da revista poderia ser gerado por uma ruptura entre os dois capitães (algo que até aconteceu, mas foi rapidamente superado), mas acabou sendo deles contra os inimigos das revistas individuais (Steve x Bucky e Sam x Lobo Branco). Vale lembrar que essas tretas já estavam ocorrendo antes nos títulos próprios, ou seja, não precisava de uma saga crossover, sendo que era para continuarem o mesmo conflito.
Há todo um plot de “guerra mundial” que simplesmente não acontece, o que é bem legal considerando o contexto histórico original da Guerra Fria no nosso mundo, mas, diferente da nossa, não há nada que indique um clima de medo ou apreensão pelas consequências entre a população comum por conta dessa “guerra que pode ocorrer”. Não tem políticos falando abertamente contra a nação inimiga, nem crise dos misseis. As pessoas não estão sabendo do perigo que estão correndo. E aí a guerra só é cancelada.
Ainda assim, tiveram muitos elementos não explorados na saga que ainda podem aparecer no decorrer das histórias dos Capitães. Espero que o conflito traga um novo fôlego para as revistas, uma vez que o evento deixou uma série de mudanças no status quo dos
personagens envolvidos e tem bastante coisa que pode sair daí.
Analisando Guerra Fria eu tenho a seguinte
sensação: é tipo aquele trabalho da época de escola sobre um tema que você adoraria
falar, mas que, por já saber de cor, deixou para última hora e entregou de
qualquer jeito. Não é que é ruim… mas todo mundo sabe que você teria feito algo
muito melhor se tivesse se dedicado um pouco mais.
Nota: 6 pra passar.
Bom Butequistas, por hoje é isso!
Espero que tenham gostado do post. Caso tenham sugestões, dicas, críticas, reclamações, ou só queiram desabafar sobre qualquer coisa, comentem! O Buteco é um espaço livre e estamos sempre dispostos à responder o feedback de vocês!