terça-feira, 4 de abril de 2017

[Yu-Gi-Oh] MetaHistória - Hand Control!

Iae Butequistas, tudo sussa?

LeoCristian por aqui mais uma vez com o nosso segundo MetaHistória!

Caso você ainda não conheça, nessa série falaremos dos diversos metas de YuGiOh, demonstrando a evolução do jogo e mostrando cultura pra esse povo. Caso queira dar uma olhada no primeiro MetaHistória (Beatdown) clique AQUI!

Zoeira, tá AQUI. baitados

Hoje falaremos do segundo ano de TCG, do primeiro campeonato mundial e de um meta bastante complexo. Hoje falaremos de Hand Control!

Tranquilidade no olhar de quem foi responsável por diversos Rage Quits
Vamos viajar hoje até 2003. Em meio ao sucesso/controvérsia do hit "Adoleta" de Kelly Key, o lançamento de Power Rangers - Tempestade Ninja e a captura do ditador Saddam Hussein, um evento de suma importância ocorreu nesse ano. O primeiro Campeonato Mundial de Yu-Gi-Oh.

Ocorrido em Agosto, na cidade de Nova York, o campeonato reuniu 18 jogadores de diversos lugares do mundo na Madison Square Garden, um complexo que recebe diversos eventos esportivos, shows e apresentações, conhecido inclusive por ter sido palco do show de comemoração de 30 anos do cantor Michael Jackson em 2001.

Contexto Geral

Diferente do meta anterior, o ano de 2003 já começa a trazer uma complexidade ao TCG. O jogo deixa de ser um "dá que eu te dou outra" referência a medida que novos fatores entram como determinantes para garantir a vitória. Isso se deve especialmente a rápida expansão do jogo, aumento da variedade de cartas e acesso a cartas poderosas, resultando em um formato muito mais focado na habilidade do jogador. O auge dessa expansão foi, sem dúvida, o campeonato mundial, que marcou a história do Yu-Gi-Oh pois abriu os horizontes de jogadores que anteriormente apenas lidavam com um meta local nas lojas de suas cidades.

Junho 2003 - O lançamento do Yata-Garasu

O imenso poder do Hand Control consiste em fazer o oponente descartar sua mão, acabando com a possibilidade dele possuir algumas cartas que possam virar o jogo, como Raigeki e Monster Reborn, e garantindo que seu próximo turno dependa da compra. Entretanto, apesar de dar uma imensa vantagem, apenas isso não era suficiente, uma vez que a Draw poderia ser alguma dessas cartas acima citadas. Essa dinâmica mudou com o lançamento da Legacy of Darkness, que introduziu os monstros Spirit no TCG, bem como cartas com grande potencial, como Fiber Jar e Injection Fairy Lily.

Entretanto essa coleção de boosters ficou conhecida pelo lançamento do monstro ás para o Hand Control, Yata-Garasu. Assim que foi lançado, os jogadores perceberam o poderoso combo permitido pelo Yata, o famoso Yata-Lock, que consistia em limpar a mão e campo do oponente e invocar o corvo infernal. Yata possui o efeito de pular a Draw Phase do oponente quando causa dano, 200 de ataque (imune a trap hole) e é um monstro spirit. Logo, uma vez que as primeiras condições do combo estavam satisfeitas, um ataque com o Yata garantia a vitória.

Para limpar a mão do oponente era utilizado principalmente o trio de cartas lançadas na Spell Ruler em 2002, Delinquent Duo, Forceful Sentry e Confiscation, sendo as duas primeiras presentes em diversos decks da época, mesmo que não fossem de Hand Control. Outras cartas utilizadas no deck que permitiam aumentar a possibilidade de descarte foram Don Zaloog Spirit Reaper, que foram lançadas no set Pharaonic Guardian. Ambas descartavam cartas do oponente ao causar dano e além disso possuíam efeitos adicionais bem úteis, Zaloog poderia, ao invés de descartar da mão, enviar 2 cartas do topo do deck do oponente, útil quando o oponente não possuísse nenhuma na mão, e Reaper não poderia ser destruído por batalha, resistindo a decks de Beatdown, que focavam em destruição. Maga da Fé continuou sendo usada, como maneira de reciclar o trio-limpa-mão. Outra carta interessante utilizada foi Drop Off, que de certa maneira simulava o efeito do Yata, pois descartava a carta comprada pelo oponente na draw phase, podendo dar uma estabilidade e consistência maior aos decks. Drop Off não era uma carta presente em todos decks de Hand Control, mas foi utilizada na decklist de diversos duelistas de alto nível mundial.


C O N S I S T Ê N C I A

O Hand Control foi meta pois inovou ao confiar em algo que o tornava consistente, o uso indiscriminado de Floaters. Pra quem não sabe, Floater é a denominação daqueles monstros que ao irem para o cemitério trazem outro monstro, como Mãe Ursa, Cyr e Graph dos B.A., entre outros. A maioria dos decks na época já utilizavam Sangan e Bruxa da Floresta Negra, e o Hand Control não foi exceção, mas esse novo estilo de deck inovou ao acrescentar mais um floater, Mystic Tomato. O tomatinho podia buscar dois dos principais monstros do deck ao ser destruído por batalha e enviado para o cemitério, Don Zaloog e Reaper, deixando Sangan e Bruxa da Floresta responsáveis pela busca do Yata. Graças a sinergia dos floaters o Hand Control podia praticamente fazer o que quisesse quando quisesse eu posso setar esse bicho ou posso atacar o seu com ele e me dar uma busca, você não sabe.

Também foi nessa época que os decks passaram majoritariamente a utilizar 2 ou 3 cópias do Mystical Space Typhoon Tufão, pois, em conjunto com a RIDÍCULA Mirage of Nightmare, você enchia sua mãe mão facilmente. Tufão também era obviamente utilizado para enfrentar as poderosas traps que jogavam na época, como Torrential Tribute e Ring of Destruction, e destruir a Nightmare do oponente.

A utilização dessas cartas que permitiam buscar peças de combo foram de suma importância pra tornar o Hand Control difundido nos grandes campeonatos, pois sua consistência garantia que os jogadores teriam maiores chances de rodar o deck em uma partida, diminuindo a dependência da sorte, já que os decks seriam utilizados em inúmeros rounds consecutivos.


Agosto 2003 - O Mundial

Diferentemente do post anterior nem tinha campeonatinho de esquina direito, Hand Control foi um meta que esteve presente em um mundial. Então eu consegui achar as decklists dos três primeiros colocados do torneio em NY, e resolvi colocar elas aqui no post pra vocês terem uma ideia.

Terceiro Lugar: Mike Rosenberg - Estados Unidos

Mike fez algumas escolhas únicas em seu deck, como Nimble Momonga para garantir presença de campo, Spear Dragon para atacante, e um Guardian Sphinx, que era um monstro muito forte e útil.

Esse deck surpreende mais pela falta de cartas do que sua presença. Especialmente Mystic Tomato.

Segundo Lugar: Shigeki Kitamura - Japão

Kitamura conseguiu vencer o primeiro jogo da final graças a Bazoo the Soul Eater, um batedor que podia chegar a 2200 banindo monstros do grave.

Outras coisas surpreendentes usadas pelo competidor japonês foram Scapegoat, duas Tributo Torrencial no main e Cannon Soldier em seu side.

Primeiro Lugar: Ng Yu Leung - Hong Kong
Campeão Do Mundial: Ng Yu Leung
Ng Yu Leung, o primeiro campeão mundial de Yu-Gi-Oh, conseguiu capturar o espírito do meta e surpreendeu ao utilizar 3 cópias de diversas cartas, algo que não era comum na época. O fato de ter utilizado um trio de Drop Off foi especialmente relevante na final.

Além disso, é importante perceber a utilização inteligente do side, com 3 Eletric Snake (quando descartada por um efeito do oponente você compra 2 cartas), 3 Tributo Torrencial e 3 Book of Moon, que podiam parar os decks de grande parte dos oponentes.



Bem Butequistas, por hoje é isso! ô post trabalhoso

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