quarta-feira, 12 de abril de 2017

[Papo de Buteco] Diversidade nas HQs, Bom ou Ruim?

Iae butequistas, tudo sussa?

LeoCristian por aqui mais uma vez para mais um post gelado e pronto pra consumo!

Bem, já tem um tempo que eu não faço um Papo de Buteco raiz, então, pra quem não se lembra, esse é o meu pokémon (8) um estilo de postagem que eu simplesmente falo o que quero, sem pesquisas, sem muita adição de informação, só expresso minha opinião sobre as coisas, no melhor estilo "conversa de bar".

Tem algum tempo que eu tenho visto em diversos outros blogs, canais e difusores de conteúdo ui falando bonito, discutindo a diversidade nos quadrinhos, e depois que eu fiz aquele post de análise de revistas encabeçadas por garotas (aqui) eu senti que precisava adentrar na treta também, Mas antes vou deixar algumas coisas bem claras.

Em primeiro lugar: Fã de quadrinho das antigas é um saco. Quase sempre pelo menos. Sabe aquele cara que não aceita mudança? Que quer ver os X-Men sempre com o Ciclope, a Liga da Justiça com Batman e Superman, o Homem-Aranha como Peter Parker? Aquele que acha que qualquer coisa nova deve ser feita em um "universo paralelo" ou que tem que ter data para expirar e voltar a ser como era antes?

Esses caras são um TERRÍVEL problema.

Em segundo lugar, eu estou ciente que a DC tem muitas boas revistas com personagens das "minorias" odeio esse termo, mas há um tempo atrás eu escolhi ler apenas Marvel. Apesar de eu dar uma olhada em algumas coisas da DC as vezes, não da pra ler tudo de ambas, é muito conteúdo. Então eu não farei aqui uma análise do "por que a diversidade da DC está sendo mais aceita que a da Marvel", até porque isso não passa de uma versão 2017 da tretinha entre fanboys das duas editoras. Passamos por isso há tempos, superem.

Aliás, Batwoman e Arlequina são minhas sugestões caso queira ver bons exemplos.

Bora pro papo.


Nos últimos anos a Marvel tomou uma decisão empresarial de incluir personagens femininas, negros e homossexuais em suas revistas. Na verdade isso vem ocorrendo desde os anos 2000, mas nessa década houve um aumento significativo de personagens que se incluem nesses padrões.

O problema é que, diferentemente da DC, a Marvel não se limitou a criar novas identidades e alter-egos para incluir esses grupos, mas também os colocou na "linha de frente", ou seja, nos títulos de maior peso e renome, causando um arranca rabo com os fãs de quadrinho das antigas.

Hoje em dia você abre um Capitão América e vê um negro brandindo o escudo, Homem de Ferro é garota, adolescente e negra e Thor é uma mulher. E esses são só alguns dos exemplos. Além disso a Marvel modificou significativamente alguns personagens, de certa forma ignorando o passado dos mesmos, os melhores exemplos disso são Bobby, tcc Homem de Gelo, que assumiu ser gay e Steve Rogers que não assumiu, mas é da Hidra.

Isso foi um tapa na cara de todos os leitores. Uma mudança tão radical que não parecia ser reversível, afetando os fãs de quadrinho das antigas profundamente.


Sabe caras, eu não faço parte de nenhum desses grupos. Mas eu entendo que a representatividade deles é muito importante. Como eu entendo isso? Bem, é simples.

Um dos meus mutantes favoritos é o Roberto da Costa, tcc Mancha Solar, e não é pelo poder dele, ou pelo design do personagem, nem nada disso. É porque ele é brasileiro. Tá certo que ele é uma grande pilha de esteriótipos brazukas com poderes mutantes, mas mesmo assim é muito bom ver um cara que nasceu aqui aparecendo por lá. Nos últimos anos, Roberto saiu do eixo mutante-esquecido, comprou a I.M.A. (é, ele é rico), montou e liderou uma equipe de Vingadores que inclui a Garota-Esquilo deusa suprema e agora é líder de uma equipe de Vingadores sancionada pelo governo estadunidense. Tá ligado o que é ver um hue-Br liderando uma equipe chamada U.S.A.vengers? É muito genial véi.

E eu acho que quando um negro vê o Capitão América lutando pelas suas causas, enfrentando o preconceito aos negros e aos latinos, ele deve sentir a mesma coisa. Ou um Luke Cage, sem máscaras ou trajes, protegendo seu bairro, sua família.

Uma mulher ver uma Thor que possui câncer e luta contra duas sociedades machistas e patriarcais diariamente, asgardiana e midgardiana, e vencendo deve ser ótimo. Bem como uma Capitã Marvel liderando uma tropa que protege a Terra inteira de ameaças inter-galáticas.

Um homossexual vendo o Homem de Gelo, um dos mutantes mais fortes de todos os tempos se assumir após décadas, e demonstrando a dificuldade que ele teve para entender e aceitar a si mesmo, caraca. E não me vem com essa ladainha de "ele nunca demonstrou ser homossexual" porque isso ocorre o tempo todo no dia a dia. "Sair do armário" não é fácil.

Então sim. A diversidade nas HQs é muito legal, e deve continuar sendo feita. Mudar é muito bom, desde que...


Não façam isso.

É o seguinte, a Marvel comics é uma editora de histórias em quadrinhos avá. O único trabalho deles é fazer histórias em quadrinhos. Então é de se esperar que essas histórias sejam no mínimo boas.

Eu parei de ler Cho-Hulk a partir da terceira edição da revista porque é uma das piores coisas que já li. Descaracterizaram o Amadeus Cho, conhecido por lidar com problemas de escala heroica apenas com inteligência, descaracterizaram o Hulk, que não possui mais fúria desmedida e descontrolada o tempo todo, tentaram fazer de tudo pros fãs acharem isso bom sem spoiler de Guerra Civil II, O Caído, quem leu sabe, mas vou dizer uma coisa, não é. Talvez hoje esse Hulk esteja bom, mas eu não pretendo gastar tempo lendo isso porque simplesmente foi uma tentativa falha e mal feita de mudança.

E isso não é de maneira alguma uma crítica por eu "não suportar ver um Hulk com traços orientais" ou por eu "não abraçar a mudança", é por ser uma revista ruim. Do mesmo jeito que o Hulk clássico teve histórias ruins, bem como qualquer outro personagem ou saga pode ser ruim. Morte do X por exemplo

E eu sou totalmente contra histórias ruins.

Então editores e roteiristas, façam coisas decentes, criem mais Ms Marvel, mais América, mais Homem-Aranha Miles. Mas, por favor, não tentem nos fazer consumir conteúdo ruim pelo simples motivo de "incluir minorias". Façam boas histórias, e só.


Os leitores de quadrinho sofrem com essa dicotomia de "tem que ter histórias novas" e "não toque no meu personagem" desde os primórdios.

Já passou da hora de aceitar as mudanças. Se forem histórias bem escritas e de qualidade, qual o problema do seu personagem mudar? Você não mudou? Pense sobre.

Bem butequistas por hoje é isso!

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