LeoCristian por aqui mais uma vez com uma análise de HQ para vocês!
Hoje eu resolvi fazer uma leitura (e algumas releituras) de algumas revistas protagonizadas por personagens femininas, reunir o que eu considero positivo e negativo entre elas e trazer para vocês!
Tá certo que já tem um tempo que não falo de HQ por aqui, mas se vocês se lembram, a maioria das vezes eu costumo reunir grandes publicações, mega-sagas, equipes importantes ou grandes nomes. Então hoje eu preferi fugir desse estigma e falar de personagens que não estão nos holofotes, afinal, nem só de Vingadores e Superhomens sobrevive um estúdio e, muitas vezes, essas revistas 'menores' podem ser muito melhores que as famosonas
A 'Invasão' das Personagens Femininas nos Quadrinhos
Primeiramente, que fique bem claro que essa 'invasão' não é, de maneira alguma, uma coisa ruim ok? ok!
É importante que todos grupos de pessoas se vejam inclusas nos quadrinhos, negros, mulheres, homossexuais, religiosos, ateus, latinos, enfim, todo mundo.
Portanto, sem mais delongas vamos as 3 publicações que selecionei para análise!
América v1
Capa da edição #002, fazendo referência ao clipe de Formation da Beyoncé |
Altamente americanizada certo? Nem tanto. América é latina, negra, lésbica e filha de duas mães. E não há nenhuma tentativa de 'maquiar' ou 'disfarçar' isso em nenhuma das publicações dela. Ponto pra editora.
"America sempre foi inquestionavelmente incrível, e como nova líder designada dos Supremos, ela agora assumiu oficialmente seu lugar como a briguenta mais notável do Universo Marvel! Mas apesar de liderar uma equipe de heróis e dar porrada em vilões seja bacana e tudo mais, isso não deixa muito tempo livre para a autodescoberta... Então o que uma adolescente superpoderosa faz quando está à procura de satisfação? Ela vai pra faculdade!"
Bem, América teve sua primeira edição anunciada para Maio (de acordo com a Wikia da Marvel xP) mas o primeiro volume aparentemente 'vazou'
Bem... para uma primeira edição, América teve uma estreia mediana, no quesito roteiro, mas ainda assim forte e visualmente polêmica.
O traço e a colorização da hq, por Joe Quinones e José Villarubia, remetem a bandeira americana o tempo todo
Eu considerei a história com alguns problemas em sua linearidade, as vezes parecia que eu tinha mudado de revista sem perceber, mas o roteiro da Gabby Rivera foi claramente feito para demonstrar a que veio América, ou seja, acabar com eufemismos e censuras nos temas que aborda. É bastante explícito a relação de América com Lisa, a relação das mães da personagem, há uma aparição bem marcante de um grupo de mulheres negras cuja líder se define como "High Bitch In Charge" (traduzido muito bem pro português como "Maior Vadia Que Você Respeita"), com uma acidez que é traço típico da comunidade Afro-Americana, e a primeira página é magnífica:
"Fear not, mi gente..." |
Então, apesar de não ter sido uma estreia marcante para mim, como foi, por exemplo, os Supremos, acho que América tem muito a mostrar e estou confiante que a solo da personagem só irá crescer daqui em diante. Veremos. Nota 6/10
A Incrível Gwenpool v1
Gwenpool é uma personagem que surgiu TOTALMENTE por conta do hype
"Gwen Poole costumava ser uma leitora de quadrinhos assim como você… até quando ela acordou em um mundo onde os personagens que ela lia pareciam ser de verdade! Mas eles não poderiam ser, certo? Tudo isso deve ser falso, ou um sonho ou tipo isso, certo? E você sabe o que isso significa… SEM CONSEQUÊNCIAS!"
Incrível Gwenpool possui um traço absurdamente fofo, sem deixar de conter violência desmedida. Os desenhos são feitos pelas duas ilustradoras dos estúdios Gurihiro, responsáveis também por "Avatar - A Lenda de Aang" e "Quarteto Futuro", e traz algumas características marcantes da dupla, como cenários absurdamente detalhados e coloridos.
Além disso o roteiro é muito bem escrito, com presença de humor sarcástico, referências ao próprio universo marvel, utilização inteligente de personagens, tiradas fantásticas, enfim, toda a dinâmica de uma fã da Marvel, sem poderes, sem habilidades de combate e que não quer ser "uma personagem sem importância que não vai aparecer em nenhuma revista" é verossímil e bem feita. Sério. O roteiro do Christopher Hastings cobre desde o nome/origem da personagem até as motivações de personagens secundários de maneira impecável.
Gwenpool é uma personagem que tinha tudo pra dar errado, mas é impressionantemente boa. Uma leitura simples e despreocupada, Nota: 9/10
Gaviã Arqueira v5
Primeiramente preciso deixar claro que a Gaviã Arqueira, Kate Bishop, e o Gavião Arqueiro, Clint Barton, possuem o mesmo nome em inglês, Hawkeye. Portanto esse volume 5 de Hawkeye é, na verdade o primeiro volume protagonizado por Kate.
Kate Bishop, vulgo Gaviã Arqueira, toma a posição de seu mentor nesse volume por conta da caquinha que ele fez em Guerra Civil II
"Sabe a Arqueira? Não o ArqueirO, a garota. Sim, você conhece ela, a deslumbrante Kate Bishop. Kate está indo para a costa oeste e voltando para Los Angeles com seu arco e seu distintivo de investigadora particular. Crimes precisam ser revolvidos, e ela é a melhor pessoa para resolver isso!"
Kate inicia sua carreira como investigadora particular. Chefe e única funcionária da Gavião Investigações, que nem ao menos possui licença para operar.
O traço de Leonardo Romero a primeira vista parece simples, mas cumpre o que se propõe, deixando o visual menos carregado de informação para que o foco vá para os diálogos e expressões visuais, similar ao visto em Gavião vol 4, e graças a colorização de Jordie Bellaire a proposta se mantém firme.
O foco de Gaviã Arqueira, pelo que tenho visto nas três primeiras edições é o aprofundamento da personagem. Kate recebe um novo status, similar ao papel representado por Jessica Jones há uns anos atrás como investigadora particular, sendo até feitas comparações e encontros entre as personagens durante a revista, mas o primeiro arco de Kate nos leva a um outro nicho. A gaviã é superconfiante, em si mesma e nas pessoas ao seu redor, impulsiva, como todo jovem, e cabeça quente, mas se depara com um inimigo completamente novo, um que nem todas as flechas do mundo seriam capazes de derrotar. O assédio masculino.
A roteirização de Kelly Thompson é feita de maneira impecável, tornando esse tema mais fácil de ser discutido e sem deixar de lado a carga heroica que se espera da ex-Vingadora, portanto, ao contrário do que se poderia pensar, a revista não se torna uma leitura cansativa ou muito carregada apesar da complexidade do tema, o que é impressionante, na moral, tá de parabéns. Há também uma preocupação com relação a até onde a lei pode ajudar em casos de assédio, na edição número 2, que pra mim é o ponto mais alto até o momento da publicação.
Além disso temos o crescimento da Kate como pessoa, após tudo que ela tem passado como Hawkeye, acho que é a cereja do bolo.
Gaviã pra mim tem sido uma ótima revista até o momento, estou realmente gostando de tudo que tem sido feito, mas eu ainda sinto que tem algo faltando
Bem butequistas por hoje é isso!
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