Olá Butequeiros e Butequeiras 0/
Como prometido, chamei nosso Bardo para dar uma passada no nosso buteco essa noite, e ele vai contar-lhes uma pequena passagem das minhas andanças, quando eu ainda era um Goblin um tanto quanto....imprudente...
-Imprudente?! - berra o bardo se levantando do outro lado do bar, perto do palco - imprudente era até um apelido para você seu Goblin velho! - diz ele largando a caneca de hidromel e se sentando na beirada do palco.
-Vou-lhes contar amigos, uma veze que nosso imprudente amigo quase nos matou. Lembro-me, me corrija se estiver errado Thylver, que na noite em aceitamos aquela missão estávamos quase tão bêbados que mal sabíamos nossos nomes. Havia duas belas donzelas ao nosso lado, e estávamos trocando gracejos. Como todo homem que bebe, estávamos tentando fazer graça para com as moças, tentando mostrar o quanto eramos bom e fortes.
Nisso, entra um soldado da guarda do rei. Para em frente ao balcão, abre um rolo de pergaminho, toma um fôlego e brada: "Senhores, trago-lhes uma noticia do rei. Vossa Majestade está em busca de pessoas valentes que estejam dispostas e dar fim a Besta do Vale. Colocou a cabeça da criatura a prêmio, e pagará 1.000 peças de ouro a quem trouxer-lhe a cabeça da besta até o raiar do dia." Ao dizer isso, enrola o pergaminho, e sai do mesmo jeito que entrou.
Nem preciso dizer que eu e meu caro amigo Goblin ficamos em frenesi. Esse idiota, com seu 1,5 de altura, sobe na mesa, desembainha a adaga e grita enrolando a língua: "Nós (da uma parada e um soluço) tois aqui vamu pega esse bixu até a meia noite. Dispois vamo vorta aqui e bebe até de manhã!", quando terminou, as moças deram pulinhos e risos de felicidade, enquanto o Goblin já ia porta a fora com adaga em punho.
Gostaria muito de dizer que mantive a cabeça no lugar, que era suicídio o que estávamos fazendo, mas infelizmente eu estava bêbado demais para pensar logicamente. Sai logo em seu encalço.
A besta propriamente dita meu amigos, era um urso de seis metros de altura que vivia num bosque perto. Não tinha dado problemas até sofrer com a peste louca, uma doença que estava atacando alguns animais e os deixando completamente pirados.
Você deve estar pensando que achar um bicho de seis metros de altura é fácil. E é. Ainda mais com dois bêbados com uma tocha berrando igual a dois retardos "urso idiota vem aqui pra eu te matar e voltar a beber".
Não demorou muito, para acharmos uma clareira onde a lua iluminava muito mais que nossas tochas. E la estava ele. Seis metros de altura. Quatro de comprimento e uns 600 kg. Estava dormindo no meio da clareira, e com a luz forte da lua podiam os ver sua cor preta como a noite.
O urso estava dormindo, era só chegar e dar um ataque furtivo certo? Certo. Mas não quando o Goblin ai estava embriagado. Se sóbrio essa ja não seria sua opção, quem dirá bêbado. Ele foi até o urso e começou a chutar a cabeça dele gritando "acorda". O monstro levantou como quem diz "ele só pode estar querendo morrer e não sabe". Nesse dia presenciei uma das cenas mais ridículas da minha vida: um goblin de 1,5m segurando uma adaga que mais parecia um palito de dente na frente de um urso de seis metros. Com o primeiro rugido do bicho, esse goblin ai largou a adaga e fizemos o sensato: corremos de volta até a cidade em zig-zag. A nossa sorte que aquele bicho não era muito rápido e com pouca visão na noite. Ao chegar-mos na cidade, foi um caos. A guarda da cidade fez o impossível pra conter aquele monstro desgovernado, que, depois de muito esforço caiu.
Naquela noite, o rei pagou tudo o que o povo da cidade aguentasse beber, e a cidade toda ficou embriagada, exceto por nós dois, que passamos um mês n calabouço por quase matar a cidade...
Você sempre aumenta tudo seu Bardo idiota, - disse eu já cansado. - Volta a beber que é o que você sabe fazer.
O bar todo estava rindo loucamente. Todos dançando e conversando como se fossem uma grande família. Assim são as noites por aqui amigos. Sempre um festa.
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Era isso galera, um forte abraço e beijo do tio Thylver. O bardo ta querendo mais uma caneca...
